Como eu odiava acordar já percebendo o quarto mais escuro.
Afinal, aquilo só podia significar uma coisa: dia de chuva.
E logo cedo! Eu abria a janela e não sentia aquele calor no rosto com aquela cegueira imediata do sol em minhas pupilas...
E o mar? A chuva roubava ele de mim, e tudo que eu via era uma grande e densa neblina cinza. Não havia mar. Não havia sol. Não havia aquela mistura verde-azul que pintava a minha janela...
Dia de chuva.
Dia cinza.
Mas sabe que talvez um dia de chuva também tenha seu charme?
Que delícia passar o dia todinho no quarto assistindo filminhos...
Que delícia sentar na frente da janela, ver a chuva cair e escrever bons textos...
Que delícia ligar uma boa música e deixar todo o sentimento fluir junto com toda aquela água!
Que delícia ser criança, e imaginar que o dia de chuva era a invasão dos monstros na terra!
Que delícia era deitar a cadeira no chão e fingir que estava num carro de corrida numa pista com chuva...
Que delícia gastar a tarde escutando o barulho dos trovões, enquanto eu conversava no telefone com minha melhor amiga sobre o sonho de dar um beijo na chuva...
Que delícia um dia de chuva com você.
Que delícia.
Que delicia um dia de chuva.
É, talvez eu não o odiasse tanto assim.
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