sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

desabafo.




Tinha passado o dia pensando, de novo.
Isso tudo misturava minhas idéias, me tirava do sério, e não tinha xarope de tosse que acalmasse meu peito. 
Enquanto eu dirigia, perdida, me toquei que havia um mar maravilhoso bem ao meu ladinho… E foi pra lá que eu fui. correndo. Como quem estivesse tranquila e apressada ao mesmo tempo.
Me sentei na areia. A maré estava baixa, mas não importava a altura da música que acalantava meus ouvidos, o som do mar era mais alto. 
Aquilo, de algum jeito estranho, acalmava o meu ser.
Tava cansada de entrelinhas.
Pensava que aquele sentimento era como as ondas.. As vezes ela vinha maior……menor…….maior. Sem maiores explicações. 
Mas não era desse jeito que eu queria pensar. Queria palavras certas. claras. 
Queria falar tudo. 
Parei.
Olhei pra areia.
Parei.
Escrevi: LIXO.
Pronto. Não era mais angústia. Não era mais medo. Nem incerteza. Era LIXO. 
Lixo situação. Lixo você. Lixo…eu.
Eu era o quê, afinal? Nada.
Pelo menos pra ele, era exatamente isso que eu era: nada.
A gente não se fala há algum tempo. E eu sei que ele não tá nem ai. Deve estar por ai com as outras iludidas.
Pera. Será que a iludida sou só eu?
Talvez por ela o sentimento seja sincero, seja recíproco…
Eu tinha tanta certeza de você… seu sorriso era tão sincero!
Como você pôde? Como você não teve o mínimo respeito por mim?

domingo, 13 de janeiro de 2013




Inspiração nada mais é do que um sentimento exteriorizado, personificado. 
As vezes o meu sentimento é tão forte, que a inspiração torna-se palpável.

palavras valem muito, amor.




Estava ali. Tudo na minha cara.
Como não tinha percebido antes?
Tinha sido tão tola. Tinha sido tão (rejeitada).
Pra surpresa dele, a questão não era mais a falta de seus sorrisos ou palavras. 
O que faltava a mim, não era ele.
Na verdade, não me faltava nada.
Palavras por palavras, prefiro o silêncio.

vilas.



Vilas.
E nas vilas mais vazias, me dói pensar que não lembro mais do seu beijo. 
Perdi meu tempo caminhando errado.
Perdi meu tempo indiferente.
olhando pro nada, infeliz.

hoje...



Hoje eu tô sem força.
Acordei querendo que acabasse, e dormi querendo que recomeçasse.
Hoje eu tô sem força.
Sem força pra estudar.
Sem força pra tentar.
Até sem força pra escrever.
Tô sem força pra te amar.

vou te levar.... mas não todo!




Acordei me sentindo estranha hoje.
Estava leve. não na balança, infelizmente, mas na alma.
Quero descobrir. Quero ser.
Se eu mudei? Mudei sim. Mas não perdi meu brilho, se é isso que você quer saber!
Fiquei mais esperta. Me valorizei. Mas continuei inocente.
Me entreguei. Quebrei a cara.
Quem nunca?
Eu precisava tentar. E não me arrependo, não senhor!
Foi um sonho gostoso, mas agora acordei! Me disse alguém muito importante.
De nós dois? Ficaram as lembranças boas. As ruins, não quero!
Seu sorriso eu levo comigo! Mas você, por inteiro, fica ai! Bem longe de mim.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

era noite...





Era noite. 
Já passavam das três da manhã e eu estava acordada, debaixo do cobertor, tentando achar um refúgio do mundo. 
Tentava reler tudo que já tinha sido dito. 
Voltava. Imaginada. Recriava.
Diálogos ditos pela metade se completavam em minha mente.
E eu podia sorrir de novo por alguns instantes…
Ali, debaixo do cobertor, ele só falava o que eu queria ouvir… As palavras eram as mesmas, mas soavam diferente. Não tinha dúvida nem dor. Por alguns instantes, lembrava do seu sorriso e acreditava no que estava em minha mente!
Era tudo tão palpável! 
Mas não era verdade.
Quando me tocava, já era de manhã. Tenho que acordar!
Isso significava uma coisa: sairia de debaixo do cobertor.. 
E fora dali, não era eu, quem ele queria.

tudo-nada





Se o tudo não significa mais nada, ele não era tudo, afinal.
Talvez então meu nada tenha virado meu tudo!
Nada este que é a ausência de dor, ou de amor?

e o vento levou.



Ventava muito naquela noite. Ela não sabia mais quanto tempo aguentaria esperar. 
Sem a lua, não era possível ver se os olhos dele ainda estavam ali. 
Mas ela conseguia sentí-los ainda… distantes…profundos…mas os sentia.
Os dias passavam vazios. Ela desejava que anoitecesse de novo. Esperava ansiosamente pela lua. Precisava ter certeza, precisava ver na luz, que ele ainda estava ali. 

Finalmente, a lua voltou. 
Naquela noite, que ventava mais que todas as outras, a lua não só reapareceu, como veio mais linda do que nunca.
Ela se perdeu ao admirá-la. Passou alguns minutos sem conseguir tirar os olhos daquele grande sorriso no céu… Daquela bola brilhante que há tempo não iluminava sua vida..

Foi quando derrepente, se lembrou porque estava ali, todos aqueles dias, a espera da lua!
Se virou rapidamente.
Mas seu sorriso saiu do rosto quando percebeu...
Ele não estava mais ali.

espera.



É no silêncio da noite, no mais tardar do brilho da lua no céu, que ele aparece de novo. 
Como da primeira vez.
Ela lembraria pra sempre daquela sensação. Seus olhos se encontraram e ela tinha certeza do que queria. 
Ele a olhava, profundamente, e após alguns segundos, fechava os olhos como se quisesse guardar aquele momento pra sempre. 
Respiração. Os lábios em sintonia sem ao mínimo, se tocarem.
-Nunca quis tanto um beijo na vida. 
Foram as primeiras palavras dele.
Na mesma escuridão em que veio, ele se foi. Mas agora nem a lua toca mais o mar. A escuridão é completa, é interna.
A escuridão é real, é palpável.
E não pense que adiante virem outros! Ela teve a oportunidade de amar! E foi intensamente amada! 
Quando achou que poderia ser feliz, percebeu que preferia a escuridão do não-amor, do que a luz do sim-amada!
Ela pára. Olha pro céu. As estrelas brilham mesmo sem a lua. 
Ela espera.






Ela não sabia o que podia ser feito.
E não sabendo, não fez nada.

Entregou-se.

Esquecer? Talvez não fosse mais uma opção.


Anoiteceu. Junto com a luz do sol se foi o seu olhar. Esperança? Não havia mais por quem chorar.

Ela queria entender. Entender ele? ou ela? 
Ambos.

Não queria mais cultivar -e como andava cultivando!- aquela angústia no peito.
Angústia aquela, que não sabia esperar. Muito menos, calar.

meu desejo.






Como posso querer, e não querer, você comigo?

Como te quero longe quando mais te quero perto?
Como te quero esquecer quando mais penso em você?
Como separar o eu e o você quando já existe o nós?
Como te conquistar, meu desejo?
Como me conquistar, sem teu beijo?
Mania.





Inspiração que dói, rasga.
Machuca, cutuca.

O que tem que acabar, mas que não consegue ser concluído.

amores.



Perdida entre o tudo, e o nada.
Achada pelo amor? Amor esse que não era amor.
Amor esse, tão grande, que a distância apagou.

Amor novo ou amor velho?

Amor substituído. Amor reciclado.
Amor esse, agora, que não queria ser amor!
Amor que virou amor, dor.

pensamentos.


E já fazia um tempo que ela não parava pra pensar.
E quando parou, percebeu que não sentia mais do jeito que sentia antes...

Se já tivesse percebido isso, não teria doído tanto. 
Quis cultivar a dor?
Quis querer que continuasse doendo?

Talvez faltasse a presença de um crepúsculo triste. Gastado olhando como o mar é infinito...
Talvez faltasse a coragem pra perceber e admitir, que as coisas fugiram do seu controle.
Pela primeira vez, ela não sabia como agir. 
E esse sentimento, estranho e novo, a deixava feliz. 
Mas também doía. E como.



Vazio.




Vazio.
Vazio de alma, vazio de sonho.
Cheio de dor e de angústia.
O vazio é o que é vazio. Mas também o que é cheio!

Vazio então, que não é vazio.

Cheio tanto, que é vazio.

A minha vida? É um vazio!

Vazio de dor, de angústia e de inveja.
Mas é também um vazio-cheio de amor e de alegria.

É um vazio que dói, sim! Mas que se enche logo depois de doer.


Vazia é a árvore. Que deixa secar e cair todas as suas folhas.

Mas se enche de novo a cada nova primavera.

dreamer.



Era uma tarde ensolarada. 

As flores brilhavam com o toque calmo do sol.


Lá estava ela, de novo, parada...

Tentava escutar sua respiração calma e pausada. Observava tudo e pensava no futuro... Tinha muitos sonhos!
Sonhos distintos. Sonhos grandes.

Não iria se contentar com pouco, e ria, quando pensava assim!


Às vezes pensava não ter sonho nenhum. Afinal, seus sonhos eram utopia!

Mas.... Espera! Sonho não seria, enfim, utopia?
Qual a graça em sonhar algo paupável?

Sorria de novo. Não se importava.

Realizando-os, ou não, ela iria sonhar.


Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.
Clarice Lispector.