sábado, 29 de junho de 2013

nunca é meu agora.



Todos os dias a minha única palavra pra você era 'nunca'. 
E no dia que eu me calei, você foi embora.

Você se foi no meu silêncio, no dia eu que eu me entreguei. 

Eu disse 'nunca mais' um milhão de vezes! Joguei na sua cara que NUNCA mais seria sua.
Disse isso a cada encontro nosso.
Os últimos toques do nosso beijo em cada luar, terminavam sempre com meu choro, com minha dor e com meu adeus. 
Mas toda vez que meu olhar te reencontrava, esse 'nunca' parecia tão errado! E o certo passava a se constituir por coisas tão simples… Seu beijo, seu olhar, seu cheiro… Se resumia ao encontro dos nosso lábios mais uma vez.
E aquilo me bastava...

Até a lua ir embora e me levar, mais uma vez, com ela.

E ai não tinha mais você e eu. Mais uma vez só existia uma coisa. O 'nunca'.

E então todas as vezes que eu te olhava de novo pra dizer "não dá mais", seu corpo me pedia mais e mais. E você implorava pra eu não falar aquilo de novo. Pedia que dessa vez fosse diferente. Mas nunca era. E você sempre voltava.

Até que um dia, depois do raiar mais lindo do sol, depois de um caminhar de mãos dadas sem rumo, eu não disse 'nunca'. Eu não disse nunca! Eu te olhei tão profundo! Te olhei, te levei comigo, te dei um beijo, e me fui. 

E pela primeira vez eu não me arrependi. 

Me sentia leve, me sentia bem. E tinha deixado aquela história de 'nunca' pra trás… 
Suas palavras na noite anterior tinham me tocado diferente dessa vez! Tinha sido tudo tão transparente! Não pareciam que ali haviam máscaras. 
Era só eu e você. Na verdade eram só os nossos corações. 

E no dia seguinte, então, só tinha uma coisa pra te dizer:

- Quero te ver.

E você se foi. 
Você me deixou, sozinha, perdida, à procura daquele 'nunca' de volta pra preencher meu peito.

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